História

Em 20 de Maio de 1924 é fundada em Melres a Agremiação Filantrópica Musical de Melres, de cujo seio nasceu a Tuna Musical de Melres. Foi seu fundador o Professor António Augusto de Carvalho e primeiro presidente o Padre Jerónimo Joaquim Ferreira.

Os primeiros acordes públicos da Tuna, então com 20 elementos, fazem-se ouvir três anos após a sua fundação. Foi efectivamente em 8 de Agosto de 1927 que, pela primeira vez, a Tuna toma a seu cargo as responsabilidades duma festividade, cujas referências são as melhores.

Em 1931, já com 25 elementos, passa a denominar-se «Orquestra de Melres», tendo acérrimos despiques com a Banda Musical de Recarei, com a Tuna de Rio Mau (mais tarde, Banda Musical de Rio Mau) e com a Tuna do Padre Francisco, do Pejão (mais tarde Banda Musical do Pejão).
Estes despiques granjearam tal fama à Orquestra de Melres que foi a mesma convidada a participar na Exposição Colonial realizada no Porto, em 1934.

Depois de atravessar um período de certa instabilidade (entre 1939 e 1944), que quase a levou à extinção, a Orquestra de Melres é reactivada mercê do trabalho incansável do então director e maestro, António Baptista Ferreira.
Em 1950 passa à categoria de Banda, com 32 elementos, sendo seu 1º maestro nesta qualidade, o Sr. António Baptista Ferreira.
Foram depois seus maestros Júlio da Silva Santos, Joaquim José Vieira, Albino Ribeiro, António de Freitas Bernardes, João Ribeiro da Silva, José Aguiar, Severino Leite da Silva e Tertuliano Monteiro.

Em Setembro de 1973 a Banda passa a ser dirigida pelo categorizado professor e maestro José Alves Macedo, que, mercê de um grande esforço de aperfeiçoamento técnico e remodelação do seu reportório, conseguiu elevado nível artístico, de tal forma que é considerada uma das melhores bandas civis do país. O professor José Macedo manteve-se como maestro da Banda até 1992 (19 anos), ano da sua morte.

Dois meses antes da sua morte, assumiu a liderança artística da Banda o seu filho, Luís Fernando da Costa Macedo, que se manteve como maestro até fins de 1998.

Durante o ano de 1999 foi maestro da Banda o professor Saúl Rodrigues da Silva, ficando a sua passagem marcada pela edição do primeiro CD da Banda Musical de Melres, gravado nas instalações ainda em construção da futura sede social da Banda.
Entre Janeiro de 2000 e Outubro de 2003, a Banda teve como maestro o professor Fernando de Sousa Baptista. Seguiu-se o maestro José Carlos Ferreira, clarinetista formado inicialmente nesta Banda e já com longo curriculum musical neste instrumento, tendo permanecido nestas funções durante 12 anos, até Outubro de 2015.
Actualmente, e desde Dezembro de 2015, é seu maestro o Professor Luís Fernando da Costa Macedo, que regressa 17 anos depois.

Foram desde 1950 seus presidentes: António Ferreira da Silva, Valentim de Oliveira, Camilo de Sousa Mota, Dr. Manuel Cunha da Mota, Comendador Dr. António de Sousa Mota e actualmente, desde Fevereiro de 2019, o Dr. Amadeu António Martins Madureira.

Foi a partir de 1950 que a Banda de Melres se afirmou no panorama musical regional, altura em que à frente do seu destino aparece a família Sousa Mota. Efectivamente, os irmãos Camilo, Manuel e António, foram os grandes obreiros desta Associação. O primeiro, Camilo de Sousa Mota, soube criar as estruturas indispensáveis à manutenção duma grande Banda: uma casa de ensaio (Casa da Mútua), contratação de um maestro de grande prestígio (Prof. José Alves Macedo), renovação de todo o instrumental e novos fardamentos. O segundo, Dr. Manuel Cunha da Mota, soube continuar na senda do êxito de seu irmão, atingindo a Banda de Melres, no seu mandato, grandes êxitos nunca antes conseguidos, como sejam a participação e obtenção do 3º lugar em Bandas de 2ª categorias no II Grande Concurso Nacional de Bandas Civis, promovido pela FNAT em 1971, e a obtenção do 1º lugar no Concurso «SOL DE VERÃO», promovido pela RTP, em 1983.
O Comendador, Dr. António de Sousa Mota, fica para sempre ligado ao maior acontecimento da história da Banda Musical de Melres: a construção do Centro Sócio Cultural «Irmãos Mota», inaugurado em 26 de Novembro de 2005. É uma estrutura magnífica e grandiosa, ímpar a nível nacional.

Com esta infra-estrutura de apoio e com uma Escola de Música reestruturada pelo Maestro José Carlos Ferreira e frequentada por cerca de 130 alunos, parece-nos ter a Banda Musical de Melres conquistado um lugar ao sol no panorama musical português a nível de Bandas de Música civis. Em 2014 passou a Diretor Pedagógico o Professor Luís Macedo.

No ano de 2014 comemoraram-se os 90 anos da Associação. E para não deixar passar em claro tão importante data, a Direcção, com a ajuda de uma Comissão criada para o efeito, elaborou um programa com vários eventos onde se incluiam concertos, concursos, convívios, exposições, encontros de antigos músicos e dirigentes, várias homenagens, mas também o lançamento do livro “Do Bombo ao Flautim”, onde se pode encontrar a história dos então noventa anos da Associação e muito mais!

No passado dia 19 de maio de 2019, a Banda de Melres comemorou os seus 95 anos de existência, com a realização de um concerto público, no qual, entre outros eventos, inaugurou um piano de cauda, abrilhantado pelo célebre pianista Pedro Burmester, havendo ainda lugar para prestar uma última homenagem ao recentemente falecido Presidente da Direcção, Comendador Dr. António de Sousa Mota.

Mercê da sua prestimosa actividade, o Governo de Portugal conferiu à Banda a qualidade de pessoa colectiva de utilidade pública, nos termos do Decreto-Lei nº 460/77, de 7 de Novembro, conforme consta do despacho publicado no Diário da República, II Série, de 31 de Dezembro de 1994, a isenção de IRC ao abrigo do nº 2 do artigo 10º do Código do IRC, aprovado pelo Decreto-Lei nº 42-B/88, de 30 de Novembro, conforme consta do despacho publicado no Diário da República, III Série, de 26 de Dezembro de 2003, bem como o Estatuto do Mecenato, conforme o previsto no nº 3 do artigo 1º do Decreto-Lei nº 74/99, de 16 de Março, com a redacção dada pela Lei nº 160/99 de 14 de Setembro.

 

Auditório da Banda Musical de Melres